terça-feira, 26 de junho de 2007

DICAS DA SEMANA: The Wellingtons, Deleted Waveform Gatherings, John Hoskinson e The Cheeks.

Aproveitando os lançamentos semanais disponibilizados na Not Lame, listo abaixo algumas dicas interessantes e que abrangem as várias vertentes do power pop em cantos diversos do planeta. Bom proveito!

"For Friends In Far Away Places" - THE WELLINGTONS!

O quarteto de Melbourne, Australia, mete o pé na porta com seu segundo disco - For Friends In Far Away Plaeces - esbanjando urgência juvenil, guitarras invocadas e belas construções melódicas. Canções para ensolarar o dia, estourar os woofers do carro, ou tocar air guitar sozinho no meio da sala. Dedicado a todos os amigos longe da Australia, ou seja, o mundo todo.

"Complicated View" - DELETED WAVEFORM GATHERINGS!


Novo projeto do norueguês Oyvind Holm - líder dos Dipsomaniacs - o Deleted Waveform Gatherings, em seu debut Complicated View, transita pelo inebriente ambiente da psicodelia, mas em canções substancialmente pop. Melodias cativantes em produção simples e orgânicas, por vezes esbarrando no folk dos sixties, por outras no indie rock lo-fi dos noventa.

www.myspace.com/deletedwaveformgatherings

"Pancho Fantastico" - JOHN HOSKINSON!


Sutileza pop na criação de peças com cuidadas harmonizações vocais e melodias bem tramadas. E, sonoridade acústica em brilhantes composições baseadas no pop orquestral, é o que nos oferece o cantor compositor de Los Angeles John Hoskinson, em seu segundo álbum Pancho Fantastico.

"Raw Countryside" - THE CHEEKS!


Ataque sônico vindo direto de Dortmund, Alemanha, os Cheeks - em seu terceiro álbum - turbinam o pop sessentista com guitarras faíscantes, batida nervosa, adoçando tudo com melodias gentis e muitas camadas de harmonizações vocais.

http://www.thecheeks.de/
www.myspace.com/thecheeksdothepop





sexta-feira, 22 de junho de 2007

Guárdame Un Secreto: COOPER!


O fetiche pela estética sessentista estampa a capa com a musa Catherine Deneuve e já entrega muito do que guarda o conteúdo sonoro deste EP.
Guárdame Un Secreto é o quinto (se descontados os dois que só estiveram disponíveis para quem fosse aos shows, onde eram presenteados) mini-disco lançado pelo Cooper, projeto do espanhol de Léon Alex Díez Garín - ex-líder da banda mod dos anos 80 Los Flechazos.

Como nos dois dois álbuns cheios do grupo, Guárdame... passeia pelas sonoridades sixties, recicladas e modernizadas pela cartilha do power pop contemporâneo. Lançado há duas semanas na Espanha, o disco alcançou a segunda posição na lista de singles mais vendido do país, um feito considerável para uma gravadora independente como a Elefant Records, mas não uma surpresa se levado em conta o potencial pop do Cooper.

"Canción de Viernes" abre o EP, onde Alex parece estar cantando frente uma janela embaçada, olhando fixo para o nada e lembrando do amor que se foi. Tudo embalado por uma melodia doída mas singelamente bela, como uma peça do Teenage Fanclub. Até o ritmo acelerar em "Mi Diário" tranformando "indignação" em harmonizações vocais que voam pelo refrão ganchudo atestando o traquejo pop de Díez.

"Steph" traz um andamento envolvente na voz delgada de Alex que canta, abaixo de zero, a pureza de Steph envolta nos belíssimos timbres emanados de sua Rickenbaker. A sessentona instrumental "Flea Market" oferece piruetas invocadas em um órgão Hammond cheio de groove do convidado Carlo Coupé. E o segredo do disco - que aqui não será guardado - é a faixa escondida "Canción de Viernes " em delicada versão acústica.

www.elefant.com/grupos/cooper
www.myspace.com/cooperartist





























segunda-feira, 18 de junho de 2007

Entrevista exclusiva com a lenda do power pop: PAUL COLLINS!


Em meio à hecatombe mundial provocada pelo surgimento do movimento punk, os Nerves, formado em 1974 por Jack Lee, Peter Case e Paul Collins, ao mesmo tempo que ajudaram a forjar o estilo, foram atropelados por ele.
Se estavam em sintonia com a energia juvenil, exalada pelo novo gênero musical, queriam colocar seu contraponto pop de boas melodias e acessibilidade radiofônica.
A banda sucumbiu deixando apenas um EP, mas que trazia uma canção que se tornaria, em 78, um hit mundial nas mãos do Blondie: "Hanging On The Telephone".

Em seguida Paul Collins (que passou de baterista na antiga banda a cantor e compositor) formou o The Beat (77), cujo álbum homônimo de estréia é considerado um clássico do power pop, transformando a banda em “referencial cult” para os power poppers modernos.
Por problemas de direitos com o nome, o Beat transformou-se em Paul Collin’s Beat. Seu último álbum Flying High mantém a tradição de Collins em preparar canções empolgantes de melodias ganchudas e forte apelo pop.

Direto de Madri (onde o americano vive atualmente) conversamos com essa lenda do power pop – e porque não dizer do punk rock - que nos falou sobre seus shows com os Ramones, os motivos do fim dos Nerves e os rumos atuais da sua carreira.


Power Pop Station: Você esteve em duas bandas no período da ebulição do punk, mas vocês não se vestiam como punks nem soavam como punks. O que vocês queriam?

Paul Collins: Nós queríamos tocar rock and roll, mas colocando nossa em própria rotação. Nós queríamos tocar canções realmente energéticas com ótimos ganchos e usar roupas bacanas, nada disso de roupas deprê.

PPS: Os Nerves tocaram com os Ramones, quando o punk apenas engatinhava. Conte-nos alguma história dessa época.

Collins: Tocar com os Ramones foi demais! Nós fizemos diversos shows com eles, no Texas e em Cincinnati. Eu marquei o show em Cincinnati e esse foi efetivamente o primeiro show de punk rock da história da cidade. Fiquei muito impressionado com os Ramones como grupo, você podia perceber como eles levavam a banda a sério. De todos os Ramones, para mim, Dee Dee era o mais gente boa.

PPS: Quando ouvi “Hanging On The Telephone” pela primeira vez no EP dos Nerves, pensei: “conheço essa música de algum lugar”. A música foi um hit mundial na regravação do Blondie, e os Nerves terminaram depois de lançar esse único EP. O que houve?

Collins: Os Nerves fizeram tudo o que você pode imaginar para ter um empresário e um contrato com gravadora, mas não conseguimos e acabamos nos separando.

PPS: O Beat dividiu palco com nomes como The Jam, Police e Plimsouls, assinou com uma grande gravadora (Columbia/CBS) para o lançamento do seu primeiro e clássico álbum, mas não conseguiu emplacar comercialmente. Como você analisa a questão?

Collins: Foi um período difícil no mercado musical, as rádios nos Estados Unidos ainda não aceitavam a “nova música” e as coisas eram decididas entre as lojas de discos e as gravadoras, deixando o cenário bem difícil para as novas bandas venderem seus discos.

PPS: Quais são suas influências do passado? E quais novas bandas você recomenda?

Collins: A música dos anos 60, Beatles, Rolling Stones, Beach Boys, Monkees, Elvis, Chuck Berry e etc, etc. Quanto a novas bandas, eu só as escuto no My Space, que me parece ser um terreno excelente para o novo rock.... e isso é bom!

PPS: Você viveu em Madri por alguns anos, e me parece que agora você está morando em Nova Iorque. Fale-nos sobre essa “fase espanhola”.

Collins: Eu continuo vivendo em Madri, mas viajo o tempo todo. Eu voltarei para Nova Iorque em breve. Eu gosto da Espanha, temos toneladas de fãs aqui e também tocamos bastante, fora que o país é muito bonito com ótimo vinho e comida.

PPS: Falando em Espanha, em abril você esteve em turnê pelo país. Conte-nos como foi.

Collins: Adoro sair em turnê pela Espanha, nossos fãs são formidáveis e sabem todas as músicas, eles cantam junto conosco, é muito divertido.

PPS: Seu último álbum, Flying High, traz várias pérolas power pop – canções com forte apelo pop e melodias cativantes. Como você acha que a indústria musical recebe um disco como esse?
Collins: Até agora, muito bem! O álbum saiu na Espanha, França e Estados Unidos. A crítica tem sido ótima nos três países e as vendas vão bem. Nós também vendemos bastante em nosso shows.

PPS: O álbum está disponível para download no site da Paul Collin’s Beat. O que você acha dessas novas tecnologias e, isso não prejudica as vendas do disco?

Collins: Você pode ouvir o disco no site, mas o que nós oferecemos são faixas ao vivo para download grátis. Eu acho ótima essa nova tecnologia, agora as pessoas podem ouvir muitos tipos de música que elas não conseguiriam achar tão facilmente antes. Este é o caminho do futuro e estou feliz por fazer parte disto.

PPS: No Brasil você tem muitos fãs, uns que seguem sua carreira desde os tempos do Nerves, e outros que nem eram nascidos nesse começo. Mande uma mensagem para todos eles!

Collins: Um alô para todos meus adoráveis fãs no Brasil, eu quero ir até aí e tocar mais canções para vocês!

http://www.paulcollinsbeat.com/
www.myspace.com/paulcollinsbeat

terça-feira, 12 de junho de 2007

Split-single virtual: THE WINNERYS/SNOOZE!


"Em sua segunda edição da série 'Senhor F Sem Fronteira', Senhor F Virtual lança o split-single reunindo as bandas Snooze, do Brasil, e The Winnerys,da Espanha, parceria com o blog Power Pop Station. Na primeira edição, com repercussão junto à mídia especializada espanhola, o split-single trouxe as bandas Volver, de Recife, e Octubre, também da Espanha. Nas próximas edições, novas parcerias entre bandas brasileiras, espanholas, argentinas, uruguaias e portuguesas.

Com dois álbuns lançados, The Winnerys é uma espécie de "Beatles espanhol", com escreveu Paolo Milea do site/blog Power Pop Station, A banda apareceu em 2000, com Borja Bonafuente e Fausto Martín nos vocais e guitarras, Javier Pólo no baixo e Juanjo Martín na bateria. "Seu álbum de estréia, 'And...The Winnerys', lançado em 2003, contém 16 jóias pop lapidadas pelos ensinamentos da cartilha Beatles", diz Milea.

Os brasileiros Snooze, em seu terceiro disco, lançado recentemente pela Monstro Discos, consolidaram sua posição de uma das bandas mais aclamadas e antigas (com mais de 10 anos de estrada) do indie rock nacional. Natural do estado de Sergipe, no nordeste brasileiro, a banda traz em seu som a pegada guitar e power pop, que resulta em belas canções como 'Sunshine', presente no split." - Flavio Ohno.
Para baixar:

sexta-feira, 8 de junho de 2007

Share These Songshines: QUANT!


“Jamais seremos superestrelas do rock”. Mais do que uma constatação, a frase revela uma convicção da banda espanhola de Ferrol. Auto-intitulados como “projeto de canções pop”, o Quant utiliza a despretensão e falta de expectativas como combustível. Formado por Oscar Quant (guitarras, teclados, vocais, bateria), Boy Elliott (voz) e Kike (guitarra e baixo), o grupo – que canta em inglês – lança suas “canções pop” via EPs (que eles chamam de “maquetas”, algo como demos) com gravações absolutamente caseiras.

Este “Shore These Songshines” vem com quatro faixas inspiradas no sixtie pop, recheadas de energia juvenil. Como a viciante “Girls, Girls, Girls”, ou os vibrafones e coros femininos de “Radiation Love”; o teclado vintage de “Blowing A Kiss” e a versão esperta de “Bubblegum Factory” do Redd Kross. O EP inclui ainda o vídeo de “Girls, Girls, Girls” e todo o material dos três EPs anteriores: “Sugar Plum Fairy”, “Bed Sounds” e “Add Some Music To Your Day”.

O Quant não vende suas músicas. Então, eles perguntam: “tem prazer maior que presentear um amigo com uma canção?”.

terça-feira, 5 de junho de 2007

Guia turístico em tempo integral, gênio pop nas horas vagas: Entrevista exclusiva com DAVID BROOKINGS!


Algumas músicas te tocam mais profundamente que outras. Algumas histórias te intrigam mais que outras. Mas quando temos a combinação de música envolvente com uma história cativante, extrapolam-se os parâmetros. David Brookings vive em Memphis, EUA, onde trabalha como guia turístico no Sun Studio – templo sagrado onde Elvis, Johnny Cash, Carl Perkins, Jerry Lee Lewis e muitas outras lendas gravaram o rock na história da humanidade.

Lá mesmo Brookings gravou seus quatro álbuns e lá mesmo ele os vende para os visitantes. E é aí que a combinação explode: o guia é um artesão da canção pop perfeita, produz músicas altamente melódicas com harmonizações celestiais inspiradas pela atmosfera onde divindades do rock pisaram.

Pérolas escondidas, encravadas no coração de Memphis e que se revelam todas noites de quinta e sexta-feira no restaurante do aeroporto da cidade, onde Brookings toca para os viajantes – que provavelmente devem levar a beleza de suas canções pelo mundo dentro de suas memórias afetivas.

O guia em tempo integral e gênio pop nas horas vagas, sabe que um dia vai inverter essa lógica e aqui, nesta exclusiva, ele nos fala sobre seus trabalhos, suas ambições e como faz para vender seus álbuns para os visitantes do Sun Studio.


Power Pop Station: Meia-hora após conhecer sua música e história, eu já estava solicitando esta entrevista. Você tem noção da força da combinação dos seus dois trabalhos?

David Brookings: Trabalhar no Sun Studio é um sonho e uma honra. Ter gravado minha música sobre o mesmo chão onde todas essas lendas começaram suas carreiras é realmente algo a se orgulhar. Sou guia turístico, e sempre temos novos grupos de pessoas para falar sobre aquela sala de gravação, onde o rock and roll realmente nasceu. Meu chefe é muito bacana ao me deixar vender meus CDs ali, e isso é maravilhoso, porque eu conheço pessoas do mundo todo que vem visitar o estúdio.

PPS: Como você informa aos visitantes sobre os seus CDs? De certa forma deve ser inspirador para você todo esse clima mítico do Sun Studio, onde passaram alguns dos maiores nomes da história do rock...

Brookings: Ao final de cada tour, eu pergunto aos visitantes se eles estão interessados em NOVA música, então eu sugiro meu CD. Eu digo a eles que meus artistas favoritos são dos anos 50 e 60, e toco trechos do CD na pequena loja de discos onde temos um CD player. A atmosfera no estúdio, nas noites enquanto eu gravava os discos, transmitia uma boa sensação: a de saber que Orbinson e Cash e Elvis e Carl Perkins estiveram fazendo a mesma coisa sobre o mesmo chão. Realmente uma ótima sensação.

PPS: É impressionante a conectividade entre as pessoas nos dias de hoje. Li no site da Not Lame comentários sobre seus discos feitos por pessoas que os compraram quando visitaram os estúdios Sun. No seu My Space, pelo menos duas garotas disseram ter visto sua apresentação no restaurante do aeroporto de Memphis e, depois, te encontraram na grande rede. Qual seu sentimento em relação a isso?

Brookings: Aqueles comentários no site da Not Lame e My Space são ótimos de receber. A Not Lame tem me apoiado fortemente por todos esses anos e o My Space é provavelmente o melhor meio online já inventado para músicos. Isso permite às pessoas na Inglaterra ou China ou Brasil ouvir um cara de Memphis, é um grande meio para divulgar sua música. A garota do aeroporto se refere às noites de quintas e sextas-feiras onde eu toco no Sun Airport Café. Eles têm um sistema de PA e um pequeno palco. Estes são meus shows semanais.

PPS: Você acabou de lançar seu quarto álbum, Obsessed. Fale-nos sobre ele e as diferenças em relação aos álbuns anteriores.

Brookings:
A grande diferença em Obsessed e os três primeiros discos é que escrevi essas canções depois de ter casado e ter nossa bebê, McKinley. Então, é um álbum sobre crescimento, não envelhecimento, porque eu continuo bastante jovem (28). Mas, ter uma família, definitivamente me deu um monte de novas coisas para escrever a respeito, e ao mesmo tempo estou mais comprometido em fazer a carreira musical funcionar, porque eu agora eu tenho uma família para cuidar. Por isso chamei o disco de Obsessed (obcecado).

PPS: Suas canções são extremamente envolventes, com melodias memoráveis transmitindo uma sensação de bem-estar constante. Esse tipo de som tem espaço na indústria musical? Qual sua real intenção, fazer discos despretensiosamente ou chegar ao topo das paradas? Você tem alguma estratégia com relação ao mercado musical?

Brookings: Fico contente que você tenha essa sensação de bem-estar. Muitas canções no rádio são tão tristes ou depressivas e eu não sinto dessa forma. Sou muito otimista e esperançoso, então minhas músicas refletem esse sentimento. E acho que existe lugar para isso na indústria musical. As canções dos Beatles tinham este elemento, e também as dos Beach Boys, Elvis... Todos meus grupos favoritos fizeram assim. Minha estratégia é escrever quantas músicas for possível, gravar o quanto for possível, e fazer o suficiente para ser capaz de sustentar a família somente através da música, e também poder viajar, tocar pelo mundo todo.

PPS: Quais suas principais influências do passado e do presente?

Brookings: Minha maior influência são os Beatles. Tudo o que eles fizeram foi grande. Para mim são as melodias que fazem uma boa canção. Isto é envolvente? Eu consigo sair cantarolando depois de ouvir a canção? Se eu ouço uma música e consigo cantarolar 10 minutos depois, esta deve ser uma boa canção. É dessa forma que eu tento fazer minhas músicas. Minhas outras bandas favoritas incluem Rolling Stones, Bob Dylan, Beach Boys, Oasis, Weezer, Tom Petty (que eu conheci no Sun), Neil Young, U2. Eu gosto de muitas coisas, inclusive Eminem.

PPS: Que discos você está ouvindo atualmente?

Brookings: Alguns dos meus álbuns favoritos provavelmente são os mesmos das outras pessoas – Pet Sounds é formidável, eu gosto de Revolver e Rubber Soul. Gosto também do primeiro álbum do Keane, lançado alguns anos atrás, chamado Hopes and Fears. Você entende o que o cara diz quando ele canta e as melodias são ótimas.

PPS: Somando seus três primeiros álbuns, você vendeu 4.000 cópias. Qual sua expectativa de vendas para Obsessed?

Brookings: Vendas de Obsessed? Não tenho certeza quanto vou vender, eu vendi por volta de 400 cópias até agora, e um total de 4000 cópias da minha discografia durante 6 ou 7 anos. Eu continuo com meu próprio selo. Obsessed saiu somente em 7 de janeiro, mas eu já começo a trabalhar no novo álbum mês que vem e continuarei fazendo discos até alguém dizer “ponham esse cara para excursionar com uma banda”.

PPS: Aos 28 anos você tem quatro álbuns no currículo, esposa e uma filha. Quais seus planos para o futuro?

Brookings: Meus planos futuros são trabalhar no Sun até conseguir um contrato com uma gravadora. Eu gostaria de viajar mais. Fiz uma tour de duas semanas na Inglaterra, há alguns meses atrás, que foi muito divertida. Toquei em 10 cidades diferentes e estive com pessoas que conheci no Sun. Também quero continuar fazendo mais discos e mais composições. Vou à Califórnia fazer alguns shows em setembro. Acho que a única coisa a fazer é prosseguir e não desistir, então é o que eu tenho feito, apenas continuo tocando e compondo.

PPS: Mande uma mensagem aos brasileiros.

Brookings: Os brasileiros são ótimos, eu conheci vários no Sun, mas esta é minha primeira entrevista para o Brasil. Eu espero que vocês gostem das músicas, o site é http://www.davidbrookings.net/ E o Paolo é um bom homem, ele faz boas perguntas. Espero encontrar vocês e tocar aí algum dia, em breve.

www.myspace.com/davidbrookings

sábado, 2 de junho de 2007

Pressão garageira direto da Galícia: THE HOMENS!


Logo de cara fica claro o que sobra e o que falta a esse power trio galego: sobra personalidade e falta pretensão comercial.
Formada em 2004, em Santiago de Compostela, Espanha, a banda escolheu a língua nativa para dar voz a seu rock garageiro. O que limita seu alcance mercadológico à região da Galícia, já que o galego é uma mistura de espanhol e português, formando um híbrido por vezes ininteligível para os dois lados.

Em seu segundo EP, intitulado # 2, o The Homens se rotula como power pop, mas certamente o som está mais próximo do garage rock.
Com sete faixas (sendo duas captadas direto de um ensaio) Martin Wu (voz e guitarra), Roi (baixo e voz) e Xocas (bateria), produzem um som cru, direto e objetivo, sem firulas. Se inspiram no The Who nervoso do início de carreira, como na vitaminada “Sandra Dee”, que traz um teclado vintage energético e vocais com “pa-pa-pa” em dois minutos de pressão sonora. “Non Podo Mais” mantém e eletricidade em 220 volts em corrente até as flamejantes guitarras, vocais com efeito - da única música cantada em inglês - “You’re So Cool”. “Uh, Uh, Uhh!” parece cantada em três línguas: “Faime mal, infectame /dame mas, enfermame /vem bailar /es mina toxic girl”, mas guiada pelo universal “uh,uh, uhh”, bota fogo em qualquer CD player pelo mundo afora.

E possível que o The Homens nunca ultrapasse com consistência as fronteiras da Galícia, mas sua gana de fazer o que acredita e a energia do seu aparato sônico já bateu por aqui, do outro lado do Atlântico.

www.thehomens.com